quinta-feira, 15 de março de 2012


Origem e gratidão – o amor essencial

                                                   Foto de Wilton Carneiro (1973)

    Muitas pessoas hoje estão em busca de um caminho, de um certo desenvolvimento espiritual e com isso buscam formulas mirabolantes,tentam ser especiais e se esquecem do essencial... A origem de tudo! De que nos vale saber a origem do universo se ignoramos a nossa?
    Esse, pra mim, é um passo fundamental, que te faz ver quem você é realmente e é um passo muito simples! 
Reconhecer nossa origem, saber de onde viemos? De nossos pais. 
    Somos o resultado da união dos dois, somos a soma de suas células, trazemos o X e o Y deles gravados em nós... E muitas pessoas tentam ignorar isso. Acho que deve ser mais fácil, olhar para longe, dizer que D’us nos criou, afinal somos todos filhos de D’us.
    Mas penso que fazer isso equivale a colocar uma cortina de chumbo a sua frente, que vai barrar tudo que vem para você.

    Hoje, observando minhas origens - observando meus pais - com toda a sua fragilidade aparente – que chegou com  idade – pude observar também a força que ainda habita em cada um deles.

São frágeis, são fortes
São amorosos a sua maneira,
São doadores

    Estes dois seres me doaram a vida, fizeram de mim o que sou hoje. Não foi racional, foi emocional, simplesmente foi.

Assim, com o curso da vida, se dispuseram a nos dar o que possuíam de melhor! Só o crescimento, só a evolução para nos fazer entender isso, perceber a dedicação e não criar expectativas... Foi tudo perfeito, do jeito que foi, agora só me resta levar a vida a diante... ser feliz!
Sigo tentando :)

quinta-feira, 8 de março de 2012


Em comemoração ao Dia Internacional 
da Mulher
Ou um desabafo, um protesto... não sei como nomear!


http://www.artonfix.com/illustration/story-telling-illustrations



“Nós somos os escravos do mundo!” Assim definiu as mulheres minha amiga Andrea Mendes. E essa frase faz todo sentido pra mim. É só pensar um pouco na história recente da humanidade. Pelo que sei a mulher sempre foi discriminada e maltratada... E sempre foi a culpada por todas as mazelas do mundo. Há muitos anos (a long time ago... rs) quando a sociedade era matriarcal, ou seja, a força do feminino era mais ativa, o mundo era um pouco melhor. Mas o tempo passou, o mundo mudou, o homem perdeu suas referências e o ódio cresceu... E a mulher? A mulher foi reduzida a mãe, amiga, companheira... foi dividida em pedaços, fragmentada, limitada... Seria um reflexo do lado masculino???

O fato é que hoje as pessoas valorizam o masculino, de todas as formas. 

Por exemplo, você sabe dizer quem foi Olga Benário? Todos se lembram dela como “a mulher do Prestes”, mas poucos se lembram dela como a grande mulher que foi!! Assim como muitos não sabem quem foi Yasodhara, certo? Todos admiram Sidharta Gautama (o Buda), que abandonou tudo para buscar iluminação, mas ninguém se lembra de sua mulher que ficou só, sem seu amor e com os filhos para criar, sozinha! Todos lembram que ele era um rico príncipe e que abriu mão de todos os seus bens materiais para “viver a solidão na pobreza”, mas ela não teve escolha, precisou viver a vida que lhe foi imposta!!

E assim foi, assim é. Eu poderia citar mais uns 100 exemplos distintos, mas isso não mudaria os fatos. Mas, se pelo menos um dos anteriormente citados te fizer pensar na existência dessa dualidade, na diferença entre os pratos da balança do feminino e do masculino... Já é um começo.

Agora pense bem, que ironia, um dia especial dedicado às mulheres! Um dia criado para disfarçar ou recompensar uma atrocidade, resultante de uma arbitrariedade, da falta de respeito e consciência dos direitos humanos!

Mas, felizmente, todo dia é dia de Mulher e devemos reverenciá-las sempre!  Tanto as mulheres que convivem conosco como as que habitam nossa alma, ela está cheia de mulheres e deusas... E viva a força do feminino dentro de cada ser humano! Por que os homens também tem uma mulher dentro deles, certo?

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


Outros Carnavais



      Um dia desses ouvi “Boca de Siri” (na voz de Zélia Duncan) e foi impossível não lembrar da minha avó, seus ditados engraçados e seu gosto pelo Carnaval. Hoje seria seu aniversário – dia de festa, dia de bolo! Assim aproveito a data para fazer uma pequena homenagem. 

        Myrthes era uma pessoa alegre e amiga, pronta para tudo e que lutava pela vida. Sempre tinha vontade de viver, mesmo quando estava doente. Ela adorava “brincar o carnaval” e essa música me fez lembrar de alguma de suas histórias de carnaval, entre ela e meu avô.

         Nos idos de 1940... ela se fantasiava e ia pro bloco brincar. Ela linda, de cigana, de baiana e ele se disfarçava de morcego, todo coberto, para vigiá-la. Mas ela sempre descobria o disfarce, reconhecia "os cambitos" dele e ria...

       Em outro carnaval... ele a viu no meio do bloco que passava e lá vai ele... se mete no bloco e “resgata a noiva pela mão”, mas ele pegou o braço de uma amiga dela... e ela seguiu atrás do bloco, rindo!

       Anos depois, lá vai o casal para “ver o carnaval” na Av. Rio Branco (Centro do Rio) e eis que a bela mulher do “seu Wilton” chama a atenção de um fotógrafo de rua, que tira uma foto! Foto tirada, ela linda e ele com cara feia e com o filho no colo... e ela ainda comentava “seu avô ficou com ciúmes do fotógrafo”.

       Era com alegria e prazer que ela contava essas histórias e dizia: “Naquela época as pessoas iam brincar, jogar confete e lança perfume (que ainda não era uma droga) nos outros, não tinha essa pouca vergonha de hoje”!

         O tempo passa rápido, muito rápido. Mas algumas pessoas são eternas em nossas vidas, nessa e em outras dimensões!

Feliz aniversário “vó Myrthes”!!! Que D’us te ilumine e te guarde até o dia do nosso reencontro... Talvez demore um pouco.. pela medida de tempo terrestre, mas para as almas não há barreiras J.




Boca de Siri
Wilson Batista/Germano Augusto 

Eu saí de sarongue
Mas que calor, mas que calor, mas que calor
Cantei no Bonde de São Januário, Alá
Alá-la-ô, alá-la-ô
Até dancei de índio, auê, auê
Quem encontrar o meu moreno por aí
Faça-me o obsequio, boca de siri
Quase que morri de insolação
Jogaram pó de mico
Mas não fiquei jururu
Continuei me exibindo
Me desmilinguindo no paço do canguru
O trem atrasou quando eu fui pra Meriti
Faz boca de siri

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012


Silêncio...



Eu quero, mas onde encontrar?!
Quando encontramos um ponto de equilíbrio encontramos o silêncio ou será que quando encontramos o silêncio é que encontramos o equilíbrio?
Ainda não sei, ainda não encontrei. :-)

Porém estou certa de algo, o silêncio aqui dentro está muito bem escondido... Começou a brincar de “esconde esconde” quando eu era bebê e ainda não o encontrei...

Mas, Eu quero ganhar esse jogo! Eu vou conseguir chegar ao ponto certo, ao esconderijo.

Em alguns momentos nessa vida sinto o silêncio por aqui,dentro de mim, pois no entorno está tudo muito agitado e a quietude me habita. Mas estes são momentos raros, na maior parte do tempo o caos está atuando.

Mas, será que isso é tão ruim assim? Acho que não! O caos gera movimento, busca por soluções, renovação. Então, vamos em frente!
Sarava (força que movimenta a natureza)